sábado, 7 de julho de 2012

MESMO ACOSTUMADOS COM CSI, PERITOS DIZEM SER DIFÍCIL ENCARAR UM CRIME COMO O CASO YOKI


 
Daia Oliver/R7

Nos seriados policiais, os roteiristas de TV fazem parecer fácil concluir quem foi o autor e entender como um crime aconteceu a partir de pequenos vestígios. Já na vida real o trabalho é bem diferente. Não há roteiro definido para as investigações e a rotina estressante pode prejudicar até a vida pessoal do perito criminal. Há quase 20 anos nessa área, o físico Ermindo Lopes Filho do IC-SP (Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo) conta que, na busca pelos vestígios de um crime, é preciso ter olhos treinados, enfrentar cenas fortes, e até fazer terapia. Um caso como o do empresário Marcos Kitano Matsunaga, morto e esquartejado pela própria mulher, por exemplo, é chocante até para quem tem anos de experiência.

Filho conta que o trabalho de um perito começa logo após o crime, quando a Polícia Militar - após fazer a primeira "vistoria" - preserva o local e o IC é chamado. É feita, então, uma varredura em busca de provas materiais. Segundo Filho, perito e fotógrafo caminham “quase que paralelamente” para gravar todos os vestígios deixados.

— Às vezes tem uma pegada, uma mancha de sangue, tudo é fotografado e medido. Se o cadáver está no local, fazemos o entorno até o limite da pele dele. O estudo para dentro do corpo, quem faz é o IML [Instituto Médico Legal]. Com a junção dos dois laudos, é possível ter ideia do que aconteceu. Olhamos sinais de arrombamento, posição em que cada elemento se encontra, se a roupa da pessoa foi rasgada.

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