Do G1 RN
A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor) emitiu nota cobrando mais fiscalização ao transporte clandestino após o acidente que matou nove pessoas nesta segunda-feira (21) em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Um Kadett vermelho envolvido na colisão funcionava como lotação e levava as nove vítimas mortas na colisão com uma Hilux preta na BR-406.
Para o presidente da Fetronor, Eudo Laranjeiras, o acidente foi uma tragédia anunciada devido à falta de fiscalização ao transporte clandestino no Rio Grande do Norte. “Quem assume a responsabilidade agora? Tem muita gente que tem culpa nessa tragédia. Essa falta de fiscalização vem acontecendo há vários governos e ninguém toma uma atitude, mesmo em uma rodovia federal”, critica o presidente da federação.
Dentro do Kadett vermelho, o motorista e mais dois passageiros adultos estavam nos bancos da frente. No banco de trás tentavam se acomodar três adultos, uma adolescente grávida e mais duas crianças. De acordo com Laranjeiras, nas cidades do interior e da Grande Natal, como Ceará-mirim, Extremoz e São Gonçalo do Amarante, é comum a existência de veículos realizando transporte clandestino de passageiros.
“Esperamos que depois desse acidente, em que nove pessoas viajavam sem as mínimas condições de conforto e segurança, medidas sejam tomadas pelos órgãos competentes. O DER (Departamento Estadual de Estradas e Rodagens) obriga empresários legalizados a manterem apólices de seguro contra acidentes, mas não cobra o mesmo dos clandestinos”, reforça.
Habilitação vencida
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que o motorista do Kadett não tinha carteira de habilitação. De acordo com a PRF, Francisco Cosme do Nascimento, de 41 anos, já havia sido autuado por embriaguez ao volante no dia 5 de fevereiro deste ano. A abordagem aconteceu há seis quilômetros do local da colisão, também na BR-406. Na época, o motorista já estava com a carteira de habilitação vencida desde outubro do ano passado.
Dirigir com habilitação vencida há mais de 30 dias é uma infração considerada gravíssima. A punição prevista é de R$ 192 de multa e apreensão do veículo.
Segundo a PRF, Kadett vermelho levava 9 pessoas
(Foto: Henrique Dovalle/G1)
Vítimas
As oito pessoas que morreram no local do acidente foram Alessandro Gomes de Oliveira, de 22 anos; João Trajano da Silva, 76 anos; Francisca Canindé do Nascimento, 27 anos; Elba Ferreira Barbosa, 44 anos; Luciana Silva Nogueira, 27 anos; Débora Isabel Nogueira de Lima, 4 meses; e Ana Lúcia Silvia de Almeida, de 14 anos. Todos eram passageiros do Kadett. O veículo era dirigido por Francisco Cosme do Nascimento, de 41 anos, que também morreu.
Tainá Barbosa, de 4 anos, morreu após ser atendida no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal. A menina passou por exames e cirurgias. Ainda no final da tarde desta segunda, ela foi submetida a uma tomografia e a uma laparatomia exploradora - procedimento cirúrgico para identificar possíveis lesões no abdômen. Em nota, a Secretaria de Saúde esclareceu que, após a conclusão da operação, a criança deveria voltar para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e que não havia previsão de melhora do estado de saúde dela.
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