Um sargento com seus 18 anos de serviço
pela corporação, foi reformado devido a sua situação de saúde e escreveu uma carta sobre a
indignação com o governo do estado por não pagar o subsídio aos
policiais que estão na inatividade.
Leia a seguir o seu depoimento, mas deixo aqui o aviso que o depoimento é bastante forte, emocionante e sincero.
"VALOR DE SER POLÍCIA
Você pode chegar onde eu cheguei mais não vai mim alcançar nunca, porque pra chegar aqui você não imagina o que eu passei.Ser Polícia não é só vestir uma farda, portar divisas ou ostentar estrelas nos ombros, ser Polícia é abdicar da sua família pra fazer a segurança dos outros, do seu lazer pra guardar o que se diverte, se arriscar por você que não que saber nem o meu nome é só seu polícia, samanco, seu guarda; quem dá bom dia pra um policial fardado? Ou pergunta como é que você está? Se dormiu bem? Como está sua família?As vezes mim pergunto se valeu a pena arriscar a minha vida por você que nunca se incomodou em saber quem eu era ou as vezes que deixei minha mulher e meus filhos sozinhos em casa passando necessidade e fui trabalhar em uma viatura que tinha que empurrar pra pegar, que amarrava a porta com arrame pra não abrir, o vidro não fechava e tinha que se abrigar pra não encharcar o uniforme e não alagar a viatura, trocar pneu só se o borracheiro do bairro desse outro, mas em cada ocorrência resolvida tínhamos a satisfação do dever cumprido e o salário era baixo e mesmo assim davamos o que tínhamos no serviço 24 horas por uma folga e outro serviço extra no Machadão, Festa de Reis, Carnaval, Semana Santa, São João, Noite de Natal e Ano Novo, por você que só queria saber meu nome pra denunciar ou pra dizer pra o Coronel amigo seu que mim viu dormindo e não estava patrulhando a sua rua, sem se importar que tinha saído de um bico(serviço extra) pra complementar o meu salário e continuar a ser honesto.LEIA MAIS...
É amigo perdi a minha saúde pra guardar o seu sono tranquilo, hoje reformado com o coração crescido e incapaz de fazer o que um dia mim propus quando jurei dar minha vida pra guardar a sua eu chorei e cheguei a dizer ao cardiologista que não saberia viver assim “se fosse morrer queria que fosse dentro de uma viatura de serviço”.A nossa Excelentíssima Governadora acha que não merecemos, que somos inúteis ou passamos o nosso tempo de vida policial escondido dentro do quartel e não quer considerar que foi meu coração, o sangue de muitos, a vida dos que morreram combatendo que fizeram do nosso estado a Polícia mais honesta do Brasil.O Deus que eu sirvo mim dá a recompensa que preciso e sim valeu a pena, posso dormir com a consciência tranquila, não sei se a nossa Governadora poderá dormir bem sabendo que desonrou os que honraram com suas vidas o compromisso assumido perante a sociedade do Rio Grande do Norte."
3º Sargento PM 92.041 César Costa de Souza.
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