sexta-feira, 29 de junho de 2012

NAVIO PETROLEIRO APRESENTA ALAGAMENTO E PODE NAUFRAGAR EM PORTO NO CE

Ancorado na área do Porto do Mucuripe há quase um ano devido a questões trabalhistas, o navio mercante Seawind começou a apresentar alagamento. Do calçadão da Praia de Iracema, a impressão é de que a embarcação está afundando, por conta do rebaixamento da popa (parte traseira do navio).

 
Foi a sensação que teve, na manhã de ontem, o jornalista e historiador Túlio Muniz, 43. Ele conta que, ao chegar em casa, levou um susto. É que a vista cotidiana a qual está acostumado tinha mudado. E o navio que estava ancorado, de repetente, parecia estar afundando. “Não sei se tem a ver com o movimento da maré, mas, ao que me parece, o navio está naufragando. Se não for hoje, vai acontecer nos próximos dias. Será um amigo para o Mara Hope”, afirma.

O historiador se mostrou preocupado com o risco de poluição ao meio ambiente. “Aquela área apresenta pontos de balneabilidade que podem ser comprometidos. Eu mesmo costumo tomar banho. Sem falar que pode afetar a fauna e a flora marinha. Envolve uma série de fatores, é preciso estar atento”, alerta.

Por volta das 19h30 da última quarta-feira, a notícia de que o navio estava com problemas foi repassada à Capitania dos Portos e à Companhia Docas do Ceará pela empresa Argo Maritime Ltda. Foi feita uma inspeção no casco do navio por mergulhadores, sendo constatados danos na caixa de mar de boreste.

A embarcação, de bandeira do Panamá, está carregada de granito. A empresa Argo Maritime tem sede na Bulgária, na cidade de Varna, representada pela Parus Shipping Incorporation.

A preocupação maior é com o risco de vazamento de óleo e possíveis incidentes com as pessoas a bordo. Mas, de acordo com a Capitania dos Portos, Autoridade Marítima e com a Companhia Docas, a situação está sob controle e não há vazamentos. Reforçam ainda que estão sendo tomadas todas as medidas para aumento da reserva de flutuação da referida caixa.

Ontem, balsas e mergulhadores foram enviados ao equipamento para retirar a água com o intuito de normalizar a situação. Para prevenir danos ao meio ambiente, são instaladas barreiras de contenção pelo Centro de Defesa Ambiental (CDA).

O navio é o mesmo que teve seis de seus tripulantes impedidos de desembarcar. O assunto foi parar na Justiça do Trabalho. Quem esteve à frente do caso foi o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Nicodemos Fabrício Maia. Ontem, ele esteve no local, mas preferiu não se pronunciar.

Segundo a assessoria do MPT, uma decisão judicial indica que tanto a carga quanto o navio devem ser leiloados para o pagamento das dívidas. Com a garantia ameaçada, não se sabe o que irá acontecer. A carga pode ser recuperada, já que o navio está numa área rasa.

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