quinta-feira, 12 de julho de 2012

SERVIDORES DA UFRN E IFRN OCUPARAM TRECHO DA BR-101, CAUSANDO ENGARRAFAMENTO E BATE BOCA

Manifestação irritou motoristas e causou engarrafamento de 7 quilômetros no sentido Parnamirim-Natal. Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press


Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Federal de Educação Tecnológica do RN (IFRN), em greve há mais de um mês, bloquearam ontem de manhã, o trânsito de veículos na BR-101, no sentido Parnamirim-Natal, entre os bairros de Cidade Satélite e San Vale. O trânsito ficou parado por uma hora, provocando um engarrafamento de mais de sete quilômetros. A mobilização dos servidores que contou com a participação de entidades sindicalistas, além de professores e servidores aposentados, atrapalhou a vida de muita gente que se deslocava para as diversas regiões da cidade. Somente após a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 40 minutos após o início do protesto, é que se iniciaram as negociações para a liberação da pista.

A decisão de tomar a BR-101 saiu da assembleia da categoria realizada na frente do IFRN que contou com a presença do coordenador geral da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), Gibran Jordão. Na assembleia, os servidores aprovaram endurecer o movimento e não retroceder diante das investidas do governo federal. Dali, eles saíram em carreata até a rodovia, onde fizeram o protesto.

De faixa e cartazes nas mãos, os servidores gritavam "a BR é nossa. Por outro lado, muitos motoristas saíam exaltados de seus carros e protestavam contra o movimento, gerando confusão e bate boca com sindicalistas. Para se livrar do congestionamento, muitos motoristas conseguiram fugir do engarrafamento entrando pelo bairro de Cidade Satélite. Outros faziam manobras arriscadas, ignorando o manifesto e atravessando o canteiro central para a outra pista da BR, tomando a direção oposta na tentativa de chegar à rua Antoine de Saint Exupery que liga a BR-101 à extensão da avenida Prudente de Morais, entre os bairros de Candelária e Cidade Satélite.

Um dos motoristas mais exaltados era o comerciante Francisco Chiarelle. Ele tinha reunião de negócio ontem pela manhã e teve que esperar até o fim do movimento. "Isso é um absurdo. Eles sabem como funcionam os governos no país. Aceitam ser servidor público porque querem vida boa e, como se não bastasse, se acham no direito de atrapalhar a vida de quem quer trabalhar", desabafa Francisco.

Outro exaltado era o comerciante Roberto Carvalho, ele pedia a todo instante para liberar o trânsito pois sua filha tinha consulta marcada. Já o motorista Francisco da Silva teve mais sorte. Com uma consulta para a neta no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) marcada há um ano, ele foi liberado depois de solicitação da reportagem ao comando de greve. Quando uma hora depois o trânsito foi liberado, muita gente que vinha nos veículos passava ao lado da concentração, agora na pista marginal, gritando palavrões e fazendo gestos obscenos.

Ocupação da reitoria

Esta foi a segunda manifestação radical dos servidores em dois dias seguidos. Na segunda-feira, houve a interdição das entradas do campus universitário e hoje a radicalização continua com a ocupação do prédio da Reitoria da UFRN por 48 horas. "Queremos pressionar a reitora Ângela Maria Paiva para que não aceite a orientação do governo federal de corte de ponto porque a universidade tem autonomia para decidir se pune ou não os grevistas", disse José Rebouças, coordenador do Sintest. O objetivo é "chamar a atenção da sociedade para a situação das universidades federais e trazer o governo para a mesa de negociações, pois até agora só tem ameaçado com corte de ponto". Os técnicos administrativos da UFRN estão em greve desde o dia 11 de junho e os do IFRN paralisaram desde 21 de junho. Já os docentes estão em greve desde 17 de maio (os da UFRN ficaram de fora, após plebiscito).

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