Três meses e um dia depois do desaparecimento da estudante Fernanda Ellen, 11 anos, a Polícia anunciou que conseguiu a desvendar o caso. O desfecho foi surpreendente. O principal suspeito é o vizinho da família, identificado como Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos. Ele está preso e, segundo os policiais, confessou o crime.
Jeferson Luiz é casado e pai de uma filha menor. A esposa e a filha, com medo da reação dos populares, abandoram a casa onde moravam. Jeferson matou, esquartejou e enterrou o corpo no quintal de sua residência, ao lado da casa da família de Elen. Para disfarçar o local onde enterrou o corpo, o suspeito cimentou o chão.
Familiares da estudante Fernanda Ellen e um policial militar se pronunciaram na manhã desta terça-feira (9), sobre a morte da garota e revelaram que o acusado pelo crime Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos, esteve no mesmo dia do desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e saber o que estava ocorrendo.
Conforme o caminhoneiro Fábio Júnior, que é pai da garota, o acusado se juntou ao mutirão organizado pelos amigos e a família na tentativa de encontrar a estudante com vida. “Ele foi panfletar nas ruas conosco e ainda participou de um culto que fizemos. Jamais pensávamos que ele seria capaz de fazer essa atrocidade”.
A Polícia chegou ao principal suspeito após a prisão de uma garota de programa. Em março, a Polícia conseguiu rastrear e encontrar o telefone de Fernanda Ellen com a garota que confessou ter trocado o aparelho por pedras de crack e sexo na rua da Areia (centro da Capital, numa área onde ficam casas de prostituição). Na época, ela fez um retrato falado do suspeito.
Fernanda Ellen despareceu no dia 7 de janeiro. Ela retornava da escola a poucos metros de sua casa, repetindo um trajeto dirário que fazia a pé. A estudante tinha ido à escola pegar suas notas finais do ano passado.
Fernanda Ellen despareceu no dia 7 de janeiro. Ela retornava da escola a poucos metros de sua casa, repetindo um trajeto dirário que fazia a pé. A estudante tinha ido à escola pegar suas notas finais do ano passado.
Várias frentes de investigação foram levadas em consideração. Na semana passada, a CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal esteve em João Pessoa. Os familiares chegaram a pedir o ingresso da Polícia Federal no caso. O deputado federal paraibano Major Fábio (DEM), integrante da CPI, declarou que não descartava que Fernanda Ellen teria sido vítima do tráfico de pessoas.
A Polícia Civil e a Polícia Militar, no entanto, atuavam em outra vertente. Já tinham em mãos o celular encontrado com a garota de programa, que estava detida para averiguações. A partir de um retrato falado feito com as descrições da garota, que atuava na rua da Areia, cidade baixa de João Pessoa, os familiares confirmaram as semelhanças com a foto de Jeferson Luiz.
Por volta das 17h30 desta segunda-feira, a garota de programa foi até o bairro Alto do Mateus e reconheceu o suspeito como responsável por tê-la entregado o aparelho celular da vítima desaparecida.
Após abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou fugir pulando o muro.Jeferson segue sob a guarda do Grupo de Operações Especiais (GOE).
Após abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou fugir pulando o muro.Jeferson segue sob a guarda do Grupo de Operações Especiais (GOE).
Foi perseguido e detido pelos policiais. Já preso, teria confessado que matou Fernanda Ellen no mesmo dia em que a estudante desapareceu e teria enterrado o corpo no dia seguinte.
A notícia da prisão de Jeferson Luiz se espalhou pelo bairro. Cerca de mil pessoas foram para frente da casa do suspeito. Ameçaram licha-lo e depedrar a casa. A rua foi interidata com a chegada de reforço policial. Foi o próprio suspeito que indicou à Polícia o local onde teria enterrado o corpo.
A notícia da prisão de Jeferson Luiz se espalhou pelo bairro. Cerca de mil pessoas foram para frente da casa do suspeito. Ameçaram licha-lo e depedrar a casa. A rua foi interidata com a chegada de reforço policial. Foi o próprio suspeito que indicou à Polícia o local onde teria enterrado o corpo.
Peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) foram chamados ao local. Escavaram e encontraram um corpo em avançado estado de decomposição. O comandante da Polícia Militar, Euller Chaves, disse não ter dúvidas de que trata-se de Fernanda Eller, pelas características inciais do corpo e pela confissão do vizinho da estudante. O IPC fará exame de DNA nos restos mortais.
O secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima; o comandante geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves; e o delegado adjunto do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (Goe), Aldrovilli Grisi, que presidiu o inquérito, concedem, nesta terça-feira (9), às 10h, entrevista coletiva sobre a elucidação do caso da estudante Fernanda Ellen, desaparecida desde o dia 7 de janeiro.
A ação ainda vai reunir representantes das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e do Desenvolvimento Humano (Sedh). A entrevista coletiva acontecerá no auditório da Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (Espep), no bairro de Mangabeira, na Capital.
Familiares e amigos realizaram na noite da última sexta-feira (5), um protesto por respostas do desaparecimento de Fernanda Ellen e pelo fim da violência. O grupo percorreu a orla marítima de Tambaú à Cabo Branco, em João Pessoa. No mesmo dia, ocorreu a audiência para discutir o caso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na Assembleia Legislativa, na Capital.
Portal Correio
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